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BLOG GRILO FALANTE: Amanhã começarei o módulo de educaçao especial(inclusiva)!!!! E achei essa entrevista muito interessante.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Amanhã começarei o módulo de educaçao especial(inclusiva)!!!! E achei essa entrevista muito interessante.

Uma educação inclusiva para todos. Inclusive para o professor


O termo educação inclusiva deve ser aplicado não só aos deficientes ou aos alunos com necessidades especiais. Essa é uma proposta que deve, sim, ser estendida a todos os estudantes. E que deve beneficiar inclusive o professor, que deve ser conscientizada da importância dessa prática quando da sua formação profissional


Regina Coeli B. Martins:
Ao planejar e executar uma atividade em sala de aula, o professor deve fazer com que todos os alunos estejam incluídos neste contexto. No entanto, como garantir que todos os estudantes participem efetivamente das aulas? Para Regina Coeli Martins a resposta é: através da educação inclusiva. Professora de ensino fundamental na rede pública paulista há 19 anos, Regina é co-autora, juntamente com Windiz Brandão Ferreira, do livro De docente para docente - Práticas de ensino e diversidade para a educação básica. Além de desmistificar a idéia de que a educação inclusiva deve ser feita apenas para alunos portadores de necessidades especiais, a obra traz estratégias e reflexões sobre o tema. “A educação inclusiva é a inclusão de todos os alunos. Cabe ao professor ser o facilitador desta inclusão, criando estratégias inclusivas, através de um novo olhar sobre os alunos e sabendo ouvi-los”, destaca. Veja a entrevista com a autora, que é também presidente da organização não-governamental Educação Para Todos (EdTodos).


Sempre que se fala em educação inclusiva pensa-se na inclusão dos estudantes com necessidades especiais ou deficiências. No entanto, na obra De docente para docente, a sra. afirma que a inclusão deve acontecer para todos os alunos. O que isso significa?

Regina Coeli B. Martins :
A inclusão deve atingir não só os portadores de necessidades especiais. Ela tem que atingir todos os alunos e fazer com que todos participem e aprendam. A inclusão não difere. Ela tem como foco o aluno e precisa atingir a todos, com o objetivo de desenvolvimento de aprendizagem para todos.



O que é afinal a educação inclusiva? Qual é o papel do professor neste cenário?

Ela prevê a inclusão de todos os alunos. Cabe ao professor ser o facilitador desta inclusão, criando estratégias inclusivas, através de um novo olhar sobre os alunos e sabendo ouvi-los.

Quais são essas estratégias inclusivas dentro das escolas?

É a prática do dia-a-dia do professor, a forma como atinge o aluno e como cria mecanismos que possibilitem com que todos participem e tenham oportunidades iguais de atividades. Hoje, as estratégias que estão sendo utilizadas não atingem a todos os alunos - o mecanismo de inclusão não chega a todos igualitariamente. Em uma turma com 40 alunos, que é nosso limite de sala de aula, quem atingirá estes alunos é que deve pensar em transformar as estratégias. Não é só o professor que precisa mudar, mas sim a escola. Esta é uma questão que também envolve todo o corpo diretivo da escola e a coordenação. É função de todo o grupo docente e discente, pois o professor sozinho não conseguirá. Ele precisa de apoio e colaboradores.

Ao mesmo tempo em que a educação deve ser inclusiva para todos, os professores não podem deixar de considerar as características pessoais de cada estudante. Como trabalhar com um público tão heterogêneo e incluir a todos, respeitando, ao mesmo tempo, a vontade dos alunos?

Estabelecendo um mapa da sala, que envolve uma análise dos perfis de aprendizagem do grupo. Antes de se estabelecer qualquer tipo de estratégia é preciso planejar a organização deste grupo e, para isso, é necessário ter o mapa da sala. O mapa estabelece os perfis de cada aluno. Assim, desenvolvem-se atividades para cada grupo de alunos, com o mesmo conteúdo curricular, mas com perfis de aprendizagem diferentes, dificuldades e competências diferenciadas. Esta deve ser a primeira ação do professor, a primeira estratégia inclusiva.

O que é o mapa da sala e como deve ser construído?

O professor deve fazer agrupamentos na sala, sendo que os alunos devem ter proximidade de aprendizagem. Todos no mesmo grupo devem colaborar dentro dos perfis de aprendizagem, sendo que o professor montará o mapa em cima destes perfis. Assim, o foco de estratégias diferenciadas começa a se desenvolver, com atividades dadas de acordo com o perfil de cada grupo, mantendo o foco do conteúdo curricular. Cada aluno deve ter uma competência dentro do grupo, o que aumenta sua participação, responsabilidade, aprendizagem e autonomia de aprendizagem.

É possível promover a inclusão em qualquer ambiente educacional? O que é ser incluído?

Sim, desde a educação infantil até o ensino superior. Independe do ciclo de aprendizagem; ela está em todo contexto. Não há como desenvolver competências sem a educação inclusiva.

O que impede que a educação inclusiva seja colocada em prática nas escolas brasileiras?

Acredito que o problema está na formação do gestor. Eles estão carentes da formação de educação inclusiva, o que ativa uma cadeia de acontecimentos. Do gestor passa para toda a equipe. No entanto, o foco principal é a formação do professor e dos recursos humanos das escolas de formação. Falta quebrar esta barreira e fazer da educação inclusiva uma formação constante. O professor também precisa ser incluído.

Os professores estão preparados, no entanto, para trabalhar com a educação inclusiva?

Não, pois a forma como os professores saem hoje da universidade, a forma como o sistema cria mecanismos de exclusão, cria também uma barreira para que, tanto o professor quanto a escola, não aceitem esta educação. Para incluir 40 alunos é preciso superar várias barreiras impostas pelas políticas públicas. É preciso criar espaço físico, ter pessoal de apoio na escola, mas muitas vezes, estas questões não são trabalhadas.

O que se perdeu na formação quando se passou a exigir o ensino superior?

Perdeu-se uma reflexão para a prática em sala de aula, a didática. O técnico foi substituído pelo acadêmico. Quando saía de um curso de magistério, o professor tinha a prática e sabia quais processos de planejamento e objetivos deveria desenvolver na sala. Hoje, os cursos universitários formam apenas acadêmicos, não oferecendo sustentabilidade para enfrentar o sistema que está aí fora - principalmente nas escolas públicas. Aí está a grande falência no sistema de formação do educador. Há uma distância muito grande entre o curso de magistério e o superior. O professor não sabe como agir e não tem fundamento para a prática, que inclui como planejar uma boa aula, os passos para isso, o que é fazer o registro de uma sala de aula, uma rotina de sala de aula e sua dinâmica. Hoje, o professor sai da universidade e não sabe o que fazer. E nem por onde começar.

Qual é o modelo de sala de aula inclusiva ideal? Que fatores devem ser levados em conta ao discutir a inclusão?

Um modelo ideal é aquele em que se consegue desenvolver a sala e atingir a todos. Não há uma receita pronta. Deve-se verificar se são criados dentro da sala momentos diversificados de aprendizagem. O ideal seria o agrupamento. Sem isso, não se trabalha com a inclusão. Quando se agrupa, aproximam-se as pessoas e respeitam-se as diferenças. O ideal de uma sala de aula inclusiva é aproximar todos para o processo de aprendizagem, o que é possível ao se agrupar. Quando se agrupa, desenvolvem-se condutas e a base para a estrutura de aprendizagem. Inconscientemente, o professor exclui o aluno do sistema.

Qual é a real parcela de culpa dos professores pela exclusão dos alunos?

Ele não tem culpa. A culpa é do sistema e de uma cultura que existe dentro da escola. O professor acaba por reproduzir esta cultura da exclusão inconscientemente. O que precisamos é mudar a cultura da exclusão e o governo tem um papel fundamental nisso. Ao mudar esta cultura, automaticamente as coisas acontecerão. Não podemos ter um modelo ou ficaremos na rotina, o que é perigoso. O ideal é aquele em que o professor procura as mais variadas formas e estratégias, reflete sobre sua prática para atingir a todos. E a melhor forma para que isto seja alcançado é o agrupamento.

Seu livro afirma ainda que o poder de decisão na sala de aula deve ser compartilhado entre estudantes e docentes. Os professores estão preparados para isto? Como fazê-lo?


Delegar poderes é oferecer competências, dar atribuições e responsabilidades dentro da sala de aula. À medida que se dá para a criança a responsabilidade de desenvolver a atividade dentro de um grupo, mostra-se que ela tem habilidade e poder para aquilo. Esta relação de poder é importantíssima, pois valoriza o aluno e faz com que ele participe e se desenvolva. O professor pode distribuir os poderes dentro da sala. Valoriza-se o estudante dando para ele o poder de autonomia do fazer pedagógico. Isto significa delegar habilidades e competências dentro do perfil estabelecido pelo mapa da sala.

Ainda existe o profissional que pensa estar em um pedestal por ser professor ou todos estão conscientes da necessidade da aproximação com os alunos, que também são fontes de conhecimento?

É a cultura da formação em que o professor é o dono do saber, o sábio que deve transmitir o conhecimento. Temos que inverter esta cultura, mostrando que este pedestal está do lado contrário. É uma balança em que estamos juntos. O professor deve se tornar um pesquisador junto com o aluno, em busca do conhecimento. Dessa forma, quebra-se este pedestal e ele passa a delegar poderes para todos dentro da sala. É lógico que são poderes direcionados, poderes de aprendizagem. Não significa que o aluno fará o que quiser. Ele terá o poder de participar e colaborar, o que é diferente. Na cultura da maioria das escolas, o aluno não carrega este conhecimento, mas na cultura inclusiva isto é diferente, pois os dois caminham juntos e trazem informação. Um complementa o outro – professor e aluno.

Isto também vale para a direção da escola e os funcionários?

A cultura inclusiva engloba toda a escola: a gestão administrativa e a pedagógica. O poder é delegado quando todos compartilham das mesmas habilidades e competências, quando todos têm algo a acrescentar.

De que forma a família e a comunidade podem contribuir para uma escola inclusiva?

É o mesmo papel quando se permite que a família participe, com competências na escola, dando a ela um poder compartilhado. Quando se aproxima a família deste poder compartilhado é possível ver um desenvolvimento da aprendizagem. A educação inclusiva engloba a escola como um todo e, fora dos muros escolares, a família que colabora, participa, age, cria regras. É uma questão de conduta da família. A educação inclusiva é, sim, uma educação colaborativa, pois a inclusão depende da colaboração de todos os agentes.

Na obra, são citados os conceitos inclusão e integração. Quais são as diferenças entre eles?

A inclusão acontece quando todos participam. Todos colaboram e têm competências. Na integração é diferente. É possível estar integrado, mas não desenvolver suas competências. O aluno pode estar integrado no grupo e não participar. Enquanto que, ao estar incluído, ele faz parte daquele sistema. A integração nem sempre o leva a fazer parte, ela não garante a participação. Já a inclusão exige participação e emoção. O aluno pode estar integrado, mas não significa que está comprometido.

Como deve ser pensada a grade curricular de uma escola inclusiva?

Ela deve ser planejada. Este planejamento deve envolver toda a escola, o corpo docente e discente, além de ser diário. Em cima de seus registros, o professor pode planejar as práticas seguintes. Por exemplo, se uma prática não atingiu os alunos ou não aconteceu dentro do que se esperava, é preciso replanejar esta ação, levando-a para seus companheiros e refletindo sobre isso. A grade curricular precisa ser planejada por ciclos de aprendizagem e envolver todo o corpo docente. Ela deve ser interdisciplinar, ter um foco que envolva todas as disciplinas.

Quais são os recursos humanos disponíveis em sala para promover a inclusão e de que forma devem ser utilizados?

São os estudantes. O professor deve fazer deles o recurso mais importante dentro da escola. Quando falamos em recursos humanos, nos referimos às formas para desenvolver aquele recurso, que é o aluno.

Como deve ser o processo de avaliação em uma sala de aula onde é trabalhado o conceito da inclusão? De que forma os resultados desta avaliação devem ser aplicados?

A avaliação é, na verdade, polêmica em todas as propostas educacionais. Na educação inclusiva ela deve ser contínua. Ela dá ao professor uma mediação de por onde seguir e planejar. Esta avaliação é feita a partir de registros, de portfólio, que é uma prática importantíssima para o planejamento das aulas. No portfólio os professores podem guardar, a cada semana, as atividades dos alunos e acompanhar seu desenvolvimento durante o ano letivo. Também pode haver um portfólio do professor em que ele registra e acompanha a aprendizagem de seus alunos e, pode ainda, ser um registro de avaliação pessoal do professor. Depende da forma como se quer colocá-lo enquanto recurso de avaliação.

Reportagem: Ana Paula Novaes
Fonte:(http://www.folhadirigida.com.br/htmls/hotsites/suplemento_2007/Cad_07/Pag_75.html)

2 comentários:

  1. Boa noite, tudo bem ?
    Quero parabeniza-la pelo blog, sempre venho aqui ler seus post que são otimos. Gostaria de saber se voce conhece alguma escola particular na cidade de limeira, para educação especial (portadores de necessidades especiais), ja conheço o trabalho da ARIL e da APAE, mas voce sabe me dizer se existem escolas particulares ?
    Obrigada pela atençao e meu email : yammello@yahoo.com.br

    Yolanda Mello

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  2. Olá Yam não conheço mais isso não impede que eu faça algumas pesquizas para tenter ajudá-la e assim que eu achar algo eu lhe envio pelo seu email fique com DEUS e obrigada pelos méritos.

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